O aprendizado da língua inglesa se torna mais eficaz para o aluno do médio ao desenvolver projetos aplicando o conhecimento bilíngue.
Partindo da reflexão: Como a escola pode de fato incluir as crianças e jovens que são especiais?, a professora de inglês Juliana Celestino (@juliana_rcelestino), propôs ao terceiro ano médio o desenvolvimento de projetos de inclusão produzidos em inglês e português.
Para que a turma entendesse a proposta, a indicação do filme indiano “Como estrelas na terra”, um drama de 2007 que retrata as dificuldades de aprendizado de uma criança de oito anos, serviu de referência.
…Estávamos trabalhando a temática no capítulo de inglês, aprendendo sobre infinitivo e gerúndio e resolvi linkar com a diretrizes da BNCC – o socioemocional, do aluno ser ativo, protagonista. Ser um cidadão crítico que atua na sociedade de forma a resolver problemas”.
Comenta Juliana.
Ilustrada a situação, o estudante pode ampliar o olhar sobre o outro e refletir com maior propriedade.
Assim, desenvolve projetos aplicando o conhecimento bilíngue. A gente ensina e aprende em inglês!
Inclusive, a proposta contemplava as habilidades de linguagens da BNCC – mapear e criar por meio de práticas de linguagem possibilidades de atuação social, política, artística e cultural para enfrentar desafios contemporâneos”, cita a professora.
Usando o recurso do Design Thinking através de um Mapa de Empatia, os alunos puderam compreender questões como: O que pensa e sente? O que escuta? O que fala e faz? E, quais são as dores e necessidades dos portadores de déficits cognitivos.
Mapa da empatia como ferramenta educativa
O Mapa da Empatia é um material utilizado para conhecer o cliente ou público-alvo e possibilita detalhar a personalidade e compreendê-la melhor.
Com base em seis perguntas, em síntese, o mapa identifica sentimentos, dores e necessidades. Na educação, é uma ferramenta pedagógica prática de ponto de partida para iniciar um plano de acolhimento socioemocional de educadores, alunos e famílias.
Tendo um modelo do mapa, os alunos aplicaram através do Jamboard post-its digitais com respostas as perguntas norteadoras.
Em seguida, deram continuidade às especificações propostas para o trabalho de inglês, como pesquisas sobre a diferença entre exclusão, segregação, integração, inclusão e o levantamento de outros projetos de inclusão realizados em diferentes países.
Como entrega, cada grupo produziu um mapa de empatia e – aplicando o conhecimento bilíngue, um texto dissertativo expositivo sobre o tema escrito em português e inglês, mais um vídeo.
Metodologia ativa e o estudante no foco da solução
Diante do processo de pesquisa e criação surgiram diferentes propostas desenvolvidas pelos alunos do Médio. Desta forma, estando no centro do estudo, o aprendizado se torna mais significativo.
Naturalmente, gera como resultado projetos que visam contemplar soluções a questões importantes.
Não podemos ficar somente na função acadêmica da gramática, o que é gerúndio no inglês. Mas pensar como usar o conhecimento na prática.
Contextualiza a professora, complementando:
A questão do debate, de ir pesquisar do conhecimento e da responsabilidade emocional… de respeito aos outros e a si mesmo, a junção destes elementos dá autonomia ao estudante, de serem protagonistas e levar isso para o mundo como uma experiência de vida.
Destacando algumas ideias…
Consonante a necessidade, surgiu o Projeto Integrar para Transformar – que pensa na necessidade de se ofertar uma comunicação alternativa nas práticas de aprendizagem com o uso de Desenho Universal e o ensino da linguagem de sinais.
Outra proposta seria uma Educação Funcional Para Todas as Crianças (E.F.P.T.C.), através de encenações que promovam a educação inclusiva nas instituições de ensino.
A qualificação da aprendizagem também foi apontada para lidar com as diferenças e limitações através de ambientes inclusivos e aulas de libras (linguagens de sinais), expressão corporal, trabalhos em equipe e rodas de conversa.
Desenvolvemos não só as competências cognitivas, mas também as socioemocionais, trabalhando a relação do aluno consigo e de se colocar no lugar do outro, ter empatia, com o eu e com o outro e o mundo.
É a grande sacada da base que propõe a mudança. – Juliana Celestino
De modo geral, os grupos entenderam que promover o acesso ao espaço educacional é uma forma para desenvolver uma consciência de inclusão pautada em valores como respeito, aceitação e conforto dos alunos com o tema.
Para ajudar o estudante a estar preparado para enfrentar o mundo é preciso que o educando desenvolva habilidades como escuta, empatia e colaboração. A proposta desse trabalho de inglês vem de encontro com todas essas questões, principalmente quando unido o aprendizado da língua ao mapa da empatia”,
conclui Juliana.
Assista ao filme Como Estrelas na terra.
Essa publicação foi escrita em parceria com o depoimento da Professora de Inglês Juliana Celestino.