Semana do Dia Internacional da Mulher

Uma semana de destaque às personalidades femininas que fazem e fizeram a história.

Durante a semana, do dia 08 de março (segunda) – data em que se comemora o Dia Internacional da Mulher, até o dia 13 (sábado), as vozes das personalidades do feminismo no Brasil estiveram presentes em nosso editorial.

A história da luta feminina no Brasil e no mundo é longa e vem desde a Idade Média, quando acontecia a caça às bruxas. Para muitos, o episódio marca a perseguição às mulheres que lutavam contra o patriarcado. O Dia Internacional da Mulher ou Dia da Mulher é comemorado anualmente em 8 de março.

Uma celebração para manter na memória as conquistas sociais, políticas e econômicas das mulheres ao longo dos anos, adotado pela Organização das Nações Unidas e por diversos países.

A origem da data remete a luta por melhores condições de vida e trabalho iniciada no final do século XIX, na Europa e na América do Norte. Na época, as longas jornadas de trabalho de 15 horas diárias, os baixos salários e a discriminação de gênero eram alguns dos pontos debatidos pelas manifestantes.

O Dia da Mulher, comemorado pela primeira vez nos Estados Unidos, em maio de 1908, contou com mais de 1.500 representantes femininas que se uniram em prol da igualdade política e econômica no país.

“Minha vida, meus sentimentos, minha estética, todas as vibrações de minha sensibilidade de mulher, têm, aqui, suas raízes.”,

A citação acima, é da figura central da ação da semana, definida pelo pedagógico, que esse ano escolheu a escritora e poetisa brasileira Cora Coralina. Pseudônimo de Anna Lins dos Guimarães Peixoto Bretas, de Goiás. Uma das mais importantes escritoras do país que publicou o primeiro livro “Poemas dos Becos de Goiás e Estórias Mais”, em 1965, com quase 76 anos de idade.

Em 31 de janeiro de 1999, o livro “Poemas dos Becos de Goiás e Estórias Mais”, principal obra da poetisa, foi aclamado com uma das 20 mais importantes do século XX.

No decorrer da semana, a cada dia um fato, uma personalidade, ou uma indicação de filme, livro, documentário foi abordado com o tema da mulher na sociedade e da luta pelo feminismo, para que pudesse instruir com informações preciosas e históricas.

Ou como diria Paula Cintra, Orientadora Educacional do Certus:

É preciso discutirmos a importância de recebermos o feminismo na escola, enquanto pauta de debate e ferramenta de quebra de paradigmas”.

Dentre as editorias abordadas: Elas por ela… Quem fez, quem faz e quem são as mulheres do Brasil que estão à frente da batalha do trabalho diário na história da luta feminina.

Abaixo pode conferir as atividades realizadas pela equipe pedagógica com os estudantes de instrução sobre a data. Além, é claro, de algumas obras de referência.

“Eu acho que vou montar uma escola”,

No Certus. O ano era 1986, numa casinha próxima ao Autódromo de Interlagos, três mulheres, Marli, Idna e Clarice, realizam o sonho de transformar vidas e abrem um pequeno espaço para educação infantil com apenas sete alunos.

De lá para cá, a escolinha se transformou no Certus, com quase 35 anos, tendo Cilene e Palloma, na Direção Pedagógica e Marli como mantenedora.

O olhar e o acolhimento presente nas práticas diárias para garantir o processo de ensino aprendizagem.

Feito por elas…
Pelas mãos das várias mulheres que passam e passaram por aqui e formam a comunidade escolar.

Elas por ela… uma linha do tempo da trajetória de personalidades brasileiras que se destacam em sua respectiva área de atuação, em paralelo, à história das mulheres que fazem acontecer a educação no Certus.

Terça-feira | 09 Março | 

“Não poderá haver no Brasil uma boa educação da mocidade, enquanto o sistema de nossa educação, quer doméstica, quer pública, não for radicalmente reformado […] quanto mais ignorante é um povo, mais fácil é a um governo absoluto exercer sobre ele o seu ilimitado poder”,

No Brasil, Nísia Floresta Brasileira Augusta, (1810, França – 1885), pseudônimo de Dionísia Gonçalves Pinto, educadora e escritora. Com protagonismo nas letras, no jornalismo e nos movimentos sociais, Nísia Floresta foi a primeira intelectual mulher nacional na educação feminista no Brasil a lutar pela igualdade de direitos entre homens e mulheres.

Em 2012, foi inaugurado o Museu Nísia Floresta, em um casarão do séc. XIX, no centro da antiga Papari (RN). O museu preserva, coleta e expõe objetos, documentação e pesquisas vinculados à história e à memória da educadora, além de promover atividades de arte, cultura, educação e de incentivo ao turismo.

“É necessário se espantar, se indignar e se contagiar, só assim é possível mudar a realidade…”,

Na dica de obra em destaque à Semana do Dia Internacional da Mulher, o filme Nise, o coração da loucura, de 2015.

A história da psiquiatra alagoana Nise da Silveira (1905-1999), que inovou o tratamento oferecido para pessoas com problemas mentais e, em especial, para aquelas com esquizofrenia.

O olhar e o acolhimento presente nas práticas diárias para garantir o processo de ensino aprendizagem.

Dirigido por Roberto Berliner e estrelado por Glória Pires, o filme apresenta como Nise propôs e aplicou formas alternativas de cuidados, com base na arte, no afeto e no convívio com animais para tratamento em substituição aos métodos agressivos e comparáveis à tortura.

Nise da Silveira foi uma das mais importantes psiquiatras no Brasil. Formou-se em 1926 na faculdade de Medicina da Bahia, onde era a única mulher em uma turma de 157 alunos.

“O que sãos as mulheres para vocês?”,

Em uma roda de conversa, as professoras Karine Costa, Priscila Caldeira, Mayra, Karine e Jacqueline Marinho perguntaram para as turminhas da educação infantil “O que são as mulheres para vocês”

Cada estudante opinou como entendia a data.

O debate serviu de pontapé inicial para entender como as crianças entendem a celebração do Dia Internacional das Mulheres e desenvolver outras atividades durante a semana.

Como produção prática, as turminhas fizeram um cartão com um recadinho especial para a mulher da vida delas utilizando material como: tinta, giz de cera e lápis de cor, para a criação de um porta-retratos.

Confira os trabalhos das crianças clicando aqui.

Quarta-feira | 10 Março | 

“Quero ser a pintora do meu país”,

No Brasil…

Tarsila de Aguiar do Amaral (1886 – 1973), de Capivari (SP), pintora e desenhista, internacionalmente conhecida como Tarsila. Principal artista modernista da América Latina.

Maior influência do movimento de arte moderna no Brasil, em 1922, junto a Anita Malfatti, Menotti Del Picchia, Mário de Andrade e Oswald de Andrade e do movimento Antropofagia.

O quadro Abaporu, de 1928, inspirou o Manifesto Antropofágico de Oswald de Andrade, inaugurando o movimento nas artes plásticas.

No início do século, as mulheres exerciam um papel de quase total submissão aos homens. Tarsila transgrediu e, diferente dos costumes da época, se separou do primeiro marido por divergências culturais. Para ela era inaceitável assumir o papel de dona do lar e abdicar de suas pretensões artísticas.

Sem medo de julgamentos, encarou o desquite até conseguir a anulação do casamento, em 1925.

“Como as mulheres são vistas na sociedade?”,

Qual a influência do patriarcado na violência que as mulheres sofrem e a relação como são tratadas como meio de reprodução ou objeto.

A estudante Lorena Silva traz para a pauta do TED Talk o tema que discute essa que é uma forma de violência com vários desdobramentos em diferentes casos como assédio, estupro e assassinato. Assim, enfatiza a necessidade de combate da cultura do machismo como causa do feminicídio.

Segundo o IBDFAM (Instituto Brasileiro de Direito de Família), no Brasil, só no primeiro semestre de 2020, teve 648 casos de feminicídio – mulheres assassinadas por questões relacionadas ao gênero.

O índice representa aumento de 1,9% em relação ao mesmo período, de janeiro a junho, no ano anterior, conforme análise do Fórum Brasileiro de Segurança Pública – FBSP e que integra o 14º Anuário Brasileiro de Segurança Pública.

O tema do TED Talk complementou o diálogo da semana com a temática da Semana do Dia Internacional da Mulher. Confira aqui.

“Qual a importância de uma figura feminina na nossa vida?”,

A partir das respostas dos estudantes foi desenvolvida a produção de origami de uma flor pelas turmas dos 4ºs anos do Fundamental

A intenção da atividade, além de explorar a imaginação e criatividade, era dedicar o trabalho a uma mulher presente na vida de cada um.

Cada aluno produziu a flor de maneira livre, decorando e criando um cenário.

Todos assinaram as próprias criações e levaram para casa.

Confira os trabalhos realizados.

Clique aqui.

……………………….

Quinta-feira | 11 Março | 

“A mulher deu um passo imenso, todos os ganhos do feminismo são gloriosos”,

No Brasil, Arlette Pinheiro da Silva Torres, nascida em 16 de outubro de 1929, é Fernanda Montenegro. Nome da atriz, radialista e locutora, considerada a mulher mais admirada do país, em uma pesquisa de 2019, feita para o Dia Internacional das Mulheres, sobre as personalidades femininas brasileiras mais queridas.

Referenciada constantemente como a grande dama do cinema e da dramaturgia do Brasil, foi a primeira latino-americana e a única brasileira indicada ao Oscar de Melhor Atriz e a primeira a ganhar o Emmy Internacional na categoria de melhor atriz pela atuação em Doce de Mãe.

Durante a campanha de lançamento do livro autobiográfico “Prólogo, ato e epílogo”, ed. Cia das Letras, para a revista 451 da Folha de S.Paulo, Fernanda se vestiu de bruxa prestes a ser queimada e disse: “prefiro entrar para a História do lado das bruxas”, uma alusão que lembra à mulheres que não aceitam os papéis sociais impostos, assim como Joana d’Arc.

Joana D’Arc foi uma camponesa francesa que liderou tropas na Guerra dos Cem Anos, de Carlos VII, sendo julgada e condenada à morte na fogueira por bruxaria, executada aos 19 anos de idade.

“5 palavras machistas que você deve parar de usar”,

Mesmo que no dia a dia quem as utiliza não faça por má intenção, há palavras que são expressões machistas que reforçam preconceitos de uma visão patriarcal.

O levantamento foi feito por um aplicativo de idiomas com mais de 150 linguistas de 15 países.

Os especialistas fizeram uma lista de termos e palavras de diferentes idiomas que reforçam a relação desigual entre homens e mulheres.

Apresentamos 5 termos da língua portuguesa, que devem ser cortadas do vocabulário.
Confira aqui.

Veja o artigo completo sobre palavras em outras línguas.

“As diferentes faces da mulher”,

Os estudantes dos 7ºs anos do Fundamental escolheram abordar as diferentes atuações das mulheres na sociedade. A professora Sandra Regina, de Português, deixou cada grupo à vontade para definir como abordaria o tema.

As turmas foram divididas em grupos de 3 e 2 alunos e usaram a criatividade.

Cada trio ou dupla teve a liberdade de realizar pesquisa e montagem usando a plataforma Jamboard para os subtemas das diferentes faces da mulher, como: Mãe, Cientista, Empreendedora, Empresária, Engraçada, Esportiva, Famosa, Feminista, Gamer, Guerreira, Que luta pela igualdade e Trabalhadora.

Todas as temáticas foram sugeridas pelos estudantes.

A atividade foi realizada remotamente e você pode conferir os trabalhos no link.

Sexta-feira | 12 Março | 

“As rosas da resistência nascem do asfalto. A gente recebe rosas, mas vamos estar com o punho cerrado falando do nosso lugar de existência”,

Marielle Francisco da Silva, socióloga e política brasileira conhecida por Marielle Franco (1979 – 2018). Eleita vereadora do Rio de Janeiro em 2016.

Defensora do feminismo, dos direitos humanos. Criticava a intervenção federal no Rio de Janeiro e a Polícia Militar. Delatou diversos casos de abuso de autoridade policial contra moradores das comunidades carentes.

Em 14 de março de 2018, foi assassinada a tiros junto de seu motorista, na região central do Rio.

Agraciada, in memoriam, pelo Congresso Nacional, em 2019, com o Diploma Bertha Lutz, concedido a mulheres que tenham oferecido relevante contribuição na defesa dos direitos da mulher e questões do gênero no Brasil.

A vida e a morte de Marielle Franco são consideradas símbolo da luta e da resistência das mulheres, da população negra, LGBT e das comunidades dos morros.

“Linha do tempo do feminismo no Brasil”,

A linha do tempo do feminismo no Brasil de 1827 a 2019.

Saiba como a história da luta feminina no país ocorre há muito tempo.

Você poderá acompanhar alguns fatos que marcam a celebração do Dia Internacional da Mulher para manter na memória as conquistas sociais, políticas e econômicas do feminismo ao longo dos anos

Confira os principais marcos e nomes da luta feminina no Brasil.
Confira aqui.

Leia o artigo original na íntegra nesse link

 

“Grandes mulheres da ciência”,

Focados em retratar as Grandes Mulheres da Ciência, os estudantes dos 2ºs anos do Médio realizaram pesquisas e puderam apresentar as personalidades em diferentes formatos.

A proposta da professora de Física Ingrid Morselli (@demorselli), teve como ideia levantar informações sobre vida e obra de personagens importantes, bem como falar do legado deixado para a comunidade científica e para a sociedade.

Como o formato era livre, as criações puderam explorar da criatividade e ficaram super interessantes.

Os estudantes desenvolveram de vídeo, até site e uma história em quadrinhos para contextualizar as cientistas.
Confira as produções nos links abaixo.

Nise, o coração da loucura | Katherine Johnson | Cecília Payne | Margareth Hamilton | Marie Curie

Outras obras de referência

Disponibilizamos uma curadoria com a indicação de alguns filmes e documentários que retratam diferentes personalidades femininas em diversas (ou adversas) situações da luta da mulher.

Clique na imagem ao lado ou aqui e confira as obras indicadas.

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