A conversa sobre namoro na adolescência pode assustar os pais no primeiro momento, mas a verdade é que as transformações da puberdade já vão dando sinais de que é chegada a hora de novas descobertas e interesses dos jovens.
É na puberdade que o corpo recebe um grande volume de hormônios que, rapidamente, transforma o corpo dos adolescentes, e também suas emoções. Mudança na voz, a chegada da menarca e aparecimento de pêlos por todo o corpo são marcos dessa fase, o que nem sempre são simples de lidar.
Pensando nisso, se o papo sobre namoro começa a surgir dentro de casa, é um sinal de que o estresse hormonal não está sendo traumático, e, principalmente, que os adolescentes confiam e querem a ajuda dos pais. Então, como agir nesse momento? Confira as nossas dicas.
Existe uma idade certa para começar o namoro na adolescência?
A resposta, como os pais provavelmente já sabem, é que não existe uma idade certa para o interesse e início dos namoros entre adolescentes.
Discutir a idade certa não é muito produtivo, afinal de contas, até mesmo entidades de referência não chegam em um consenso sobre quando um jovem é considerado adolescente. A Organização Mundial da Saúde (OMS) define a adolescência entre 10 e 19 anos, enquanto a Organização das Nações Unidas (ONU) delimita o período entre os 15 e 24 anos.
O que conta, de fato, é o amadurecimento da criança. Ou seja, o seu grau de desenvolvimento para compreender e se comprometer, sem prejuízo à sua evolução pessoal e acadêmica, em um relacionamento afetivo.
Como os pais podem se envolver com o tema?
Conversar sobre o amor com os filhos é algo muito gostoso e começa desde a primeira infância. O papel dos pais, portanto, é dar significados para os sentimentos que a criança não compreende.
Se uma pequena deseja que um amigo seja seu namorado, por exemplo, pode ser instruída de que o sentimento de querer alguém bem é muito valioso, mas que naquele caso, tem o significado de uma amizade.
Trabalhar esse tema naturalmente e de forma respeitosa vai ajudar na construção da confiança. Posteriormente, isso será fundamental para que o adolescente converse com seus pais e escute seus conselhos.
Proibir os relacionamentos é uma boa abordagem?
Muitos pais acreditam que o sentimento é precoce, que vai atrapalhar os estudos e as oportunidades de curtir essa fase e, por isso, cogitam proibir os namoros.
Essa não é uma boa abordagem porque acaba inibindo algumas emoções que são novas e precisam ser compreendidas. Além disso, estimula o desejo de fazer algo que é proibido, atitude de confrontamento comum na adolescência.
Mas a verdade é que, seja pelas novas emoções, seja pelas experiências físicas que os adolescentes vivenciarão, a acessibilidade e transparência no papo com os pais é fundamental para abordar assuntos correlacionados, como:
- não viver em função dos relacionamentos, manter as amizades;
- amar e saber deixar ser amado de forma saudável;
- respeito ao corpo, saber impor limites;
- relações com proteção, no momento certo e com as pessoas certas.
Quais lições podem ser transmitidas com a cultura pop?
Esses assuntos são que, verdadeiramente, assustam os pais e fazem com que eles busquem maneiras de controlar os relacionamentos afetivos dos filhos, certo?
Eles pensam em seus sofrimentos e decepções, lembram de situações de terceiros em que houveram excessos, abusos e até descuidos que resultaram em uma gravidez precoce, por exemplo.
Mas, novamente, se houver a construção da confiança, assuntos sérios serão tratados naturalmente em família. Assim, os pais não precisarão espiar seus filhos a todo momento, como é o caso do episódio de Black Mirror, em que uma mãe implanta um chip em sua filha para monitorar as evoluções do seu corpo e a forma como ela interage com o mundo.
Além de ultrapassar o limite da privacidade, que os filhos também devem ter, atitudes como essa podem acabar colocando a segurança dos adolescentes em risco. Por isso, equilíbrio e confiança são parte de uma receita de sucesso para a chegada do namoro na adolescência.
O assunto sobre namoro na adolescência é muito amplo, mas, certamente, nosso papo já permite algumas reflexões importantes. Então, compartilhe este texto com outros pais pelas suas redes sociais.