Quais serão os possíveis impactos do coronavírus na educação?

A pandemia de COVID-19 parou o mundo: colégios, universidades e até algumas empresas suspenderam suas atividades presenciais. Apesar das incertezas quanto ao futuro e muita apreensão, os impactos do coronavírus na educação podem ser positivos.

Sim! Nesse momento de muitas notícias ruins, é possível enxergar com bons olhos as possíveis transformações educacionais que a pandemia pode motivar, principalmente no que se refere ao uso da tecnologia aplicada ao ensino. Quer entender melhor? Então, continue a leitura!

Os maiores efeitos emocionais do coronavírus na sociedade

O jornal The Lancet, uma revista científica da área médica, em sua última edição, compilou diversos trabalhos que tratam do tema “coronavírus” em diferentes abordagens. Muitos desses trabalhos analisam como o distanciamento pode afetar o emocional das pessoas, tendo em vista que o ser humano é essencialmente social. Portanto, o isolamento domiciliar traz efeitos como estresse, irritabilidade, insônia e exaustão emocional.

Apesar desses impactos negativos, agravados pela apreensão em relação à própria doença, à queda na economia e às incertezas profissionais, os trabalhos também identificaram pontos positivos. Em primeiro lugar, ter filhos em casa parece ser um aspecto que ajuda a diminuir esses impactos. Afinal, a mente fica ocupada quase que integralmente com os cuidados com as crianças.

Além disso, a tecnologia tem um papel fundamental: os estudos indicam que os meios digitais e de comunicação eletrônica são de grande ajuda na hora de driblar esses efeitos psicológicos.

A tecnologia permite que a normalidade das rotinas de muita gente seja mantida, ao menos em parte. Entretenimento, contato com pessoas queridas, trabalho remoto e aulas a distância são alguns exemplos. E é aí que está o “pulo do gato”!

O novo olhar para a aprendizagem a distância

A Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) fez um levantamento sobre a situação educacional do mundo diante da pandemia do coronavírus. De acordo com o órgão, aproximadamente metade da população estudantil mundial está sem aulas — nada menos que 849 milhões de crianças, jovens e adultos.

O número preocupa a Unesco e também o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), que uniram esforços e estabeleceram a Coalizão Mundial para a Educação COVID-19. O principal objetivo dessa iniciativa é ajudar os países a implementarem sistemas de ensino a distância e a reduzirem os prejuízos para os estudantes.

Apesar dos muitos desafios que a Coalizão e as autoridades locais enfrentam, como a desigualdade no acesso a portais de aprendizagem digital, o ponto é que a pandemia mudou o olhar da educação em relação às tecnologias digitais.

Se inovações como o ensino híbrido e o uso de recursos digitais em sala de aula já fazem parte da rotina de muitos colégios particulares, na rede pública, essa é uma grande novidade. O que a Unesco propõe é que, gradativamente, os governos estudem estratégias para que as aulas sejam ministradas a distância.

Os impactos do coronavírus na educação

Diante do posicionamento da ONU, os impactos do coronavírus na educação podem ser representados por dois momentos: agora, a situação mundial é desafiadora e a dificuldade de implementar soluções é grande. No entanto, quando a pandemia for contida, a expectativa é que muitas das ações propostas sejam implementadas definitivamente.

Assim como o ambiente escolar é importante para a aprendizagem em muitos aspectos — como a socialização, a cooperação entre os colegas, a prática de esportes e a troca de experiências —, as tecnologias digitais também proporcionam muitos ganhos à educação que não podem ser ignorados.

Mais do que uma medida paliativa para resolver o problema dos colégios fechados, os recursos digitais aplicados à educação, representados pelas Tecnologias Digitais de Informação e Comunicação (TDICs), influenciam positivamente a aprendizagem de crianças e adolescentes.

Os benefícios da tecnologia na educação

Para que você tenha uma ideia, o relatório “Measuring Innovation in Education 2019 (em tradução literal, “Medindo a Inovação na Educação 2019”), elaborado pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), mostra os benefícios de mais de 150 práticas tecnológicas para a formação estudantil.

De acordo com o estudo, uma das principais vantagens do uso de TDICs no ensino é que a aprendizagem se torna independente e ativa. Com isso, os estudantes têm um protagonismo maior em sua jornada escolar e conseguem um rendimento melhor, sem contar que a tecnologia favorece a conexão entre professores, estudantes e familiares.

Além disso, o uso de recursos tecnológicos na educação contemporânea está associado a um ensino mais dinâmico, que estimula o pensamento crítico e que ajuda o estudante a desenvolver um aprendizado interdisciplinar e menos segmentado.

Não é à toa que a cultura digital está até mesmo prevista como uma das competências gerais da Base Nacional Comum Curricular (BNCC), o mais importante documento de referência para a educação básica brasileira. Segundo a BNCC, é importante que os estudantes se apropriem dos meios tecnológicos e passem a produzir conhecimentos com eles.

As principais práticas tecnológicas na educação

Abaixo, veja uma breve descrição de práticas tecnológicas que já estão presentes em colégios engajados com a inovação e a aprendizagem ativa dos estudantes:

  • ensino híbrido: o ensino híbrido consiste na integração entre o trabalho em sala de aula (offline) e o uso das tecnologias digitais (online), uma soma que resulta na potencialização da aprendizagem pelo estudante;
  • programação: o ensino da lógica de programação nos colégios é uma grande tendência, afinal, os conhecimentos básicos sobre linguagens computacionais serão uma exigência na vida adulta da atual geração;
  • gamificação: a gamificação é a aprendizagem por meio de jogos eletrônicos, que favorecem o engajamento dos estudantes e auxiliam o estudante a cruzar uma trilha de aprendizagem, com pontos, prêmios, missões e busca por soluções para desafios;
  • laboratórios maker: a cultura maker é uma abordagem interdisciplinar que significa, essencialmente, “aprender fazendo”. Ela estimula a análise crítica de problemas, a experimentação e a busca por soluções criativas para problemas.

Enfim, como você viu, os impactos do coronavírus na educação podem ser motivo de preocupação no momento, mas talvez representem um impulso para importantes transformações nas dinâmicas de ensino. As TDICs possibilitam a aplicação de metodologias mais ativas no contexto escolar, o que traz grandes benefícios para os estudantes e alinham o colégio às demandas do futuro.

O que você acha dessas expectativas? Concorda que a crise de COVID-19 pode revolucionar a educação? Já conhece alguma das tecnologias que citamos? Deixe seu comentário!

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