Como lidar com o bullying: a importância da parceria entre pais e escola

As ocorrências de bullying na escola são amplamente discutidas entre famílias e instituições de ensino. Os pais querem um ambiente que saiba lidar com o problema, e as escolas buscam se prevenir e conscientizar sobre o assunto.

Apesar de toda discussão em volta do tema, cerca de 150 milhões de crianças sofrem bullying no ambiente escolar. Portanto, é fundamental que novas abordagens sejam estudadas, visando a diminuição dos casos e o melhor atendimento aos estudantes que sofrem algum tipo de agressão.

Neste artigo, conversamos com o educador Pedro Lopez, formado em Ciências da Educação e Pedagogia na Espanha pela Universidade de Granada e com mais de 14 anos de experiência na educação de crianças e adolescentes. Com base na conversa com nosso entrevistado, explicamos o que é bullying, como ele afeta a vida dos estudantes, de que forma é praticado e qual a importância do relacionamento entre pais e escolas para combater o problema. Confira!

O que é bullying?

Bullying é uma palavra que tem origem inglesa e significa o ato de agredir, ameaçar ou intimidar alguém. Ele pode ser definido como uma agressão física, psicológica, verbal ou de qualquer outra maneira, que é praticada de forma intencional e se repete constantemente.

É um assunto que precisa ser tratado de forma séria por profissionais de educação, pais e demais grupos que estão em contato com crianças. As consequências desse tipo de comportamento são prejudiciais para o desenvolvimento na infância.

Como ele afeta a vida de crianças e adolescentes?

O bullying afeta tanto o indivíduo quanto as pessoas que estão inseridas no ambiente. A vítima tende a desenvolver vários problemas psicológicos, como depressão, baixa autoestima e ansiedade, impactando diretamente a construção da identidade e personalidade da criança.

Outra consequência que pode ser notada é a queda no rendimento escolar, trazendo dificuldade de aprendizagem, desinteresse pelos estudos e falta de vontade de ir ao colégio.

O desenvolvimento socioemocional da criança é prejudicado pelo convívio em um ambiente que não é saudável. Além de trazer consequências diretas para quem sofre as agressões, o bullying contribui para que os espectadores não desenvolvam empatia pelo próximo e se acostumem a ver injustiças.

De que formas ele é praticado?

Existem várias formas de bullying, sendo que todas elas têm a intenção de maltratar quem sofre. “Insultos, forçar a exclusão de uma criança ou de um grupo a um lugar, proibir a criança de entrar no banheiro ou de participar de qualquer tipo de atividade, dar apelidos, adjetivos pejorativos, fazer piadas com características físicas e atributos”, são alguns exemplos destacados pelo educador Pedro Lopez.

Além das formas já conhecidas, a tecnologia e o acesso às redes sociais também trouxeram o que chamamos de Cyberbullying. De acordo com Pedro, “ele tem a mesma causa que o bullying, mas com o componente do anonimato. Muitas vezes, por conta de não saber quem é o autor, por haver várias formas de fazê-lo, a criança ou jovem tem um sinal errado, de que não haverá punição por isso”.

A orientação quanto ao uso da tecnologia deve ser feita pela escola e pais, explicando que as atitudes no ambiente virtual também têm consequências. Do mesmo modo, o acompanhamento ajuda a detectar quem está sendo vítima de alguma agressão online, sendo possível tomar atitudes para impedir o ato.

Quais os sinais de que a criança está sofrendo com o bullying?

Muitos casos não chegam ao conhecimento dos pais ou nem mesmo da escola, pois os estudantes costumam se silenciar sobre o tema. As agressões e intimidações também podem ser disfarçadas como brincadeira, o que não tira a gravidade da situação.

Alguns sinais ajudam a demonstrar que alguém está sofrendo com o bullying, como:

  • apatia;
  • tristeza;
  • medo de ir à escola;
  • queda no desempenho escolar;
  • isolamento social;
  • mudança brusca de comportamento.

Ao identificar estes sinais em vítimas ou agressores, as famílias e professores devem averiguar a situação, a fim de entender o que está acontecendo e descobrir como evitar e corrigir o problema. Trabalhar nas causas é eficiente para evitar que esse tipo de comportamento se repita.

Como lidar com o bullying?

O bullying tem que ser tratado tanto na prevenção como na intervenção sobre os casos existentes. O colégio precisa promover conscientização sobre o assunto, demonstrando o quanto essa atitude pode ser prejudicial para cada pessoa. É preciso formar estudantes que respeitem as diferenças, sejam mais empáticos e estejam prontos a ajudar o próximo.

Quando os casos já estão acontecendo, é necessário tomar atitudes mais diretas. Os professores e profissionais da escola precisam saber identificar os casos e aprender como agir nessas situações. Os agressores precisam receber punições de acordo com o que praticaram, enquanto aquele que recebe o maltrato recebe o suporte psicológico necessário.

É importante saber também que quem pratica o bullying pode estar sinalizando alguma dificuldade. “Geralmente, o bullying está sinalizando uma dificuldade, um problema. O agressor, no caso a pessoa que comete esse maltrato ou humilhação, geralmente está passando por algum problema”, explica Pedro Lopez.

Qual a importância da parceria entre pais e colégio?

A parceria entre pais e colégio também é fundamental para evitar e combater os casos de bullying. Para que ela seja positiva, os dois lados precisam ser francos e se comunicar em busca de uma solução.

Os professores podem ser os primeiros a notar os sinais do bullying no ambiente escolar. Quando se deparam com esta situação, precisam se comunicar com os pais dos envolvidos, tanto agressores quanto vítimas. O compartilhamento dos casos pode ajudar a descobrir as causas e diminuir as consequências.

Do mesmo modo, os pais são capazes de detectar mudanças no comportamento dos filhos e comunicar ao colégio o que está acontecendo. “Os pais então devem trazer isso para a escola, colocando a situação e perguntando de que forma podem ser úteis e orientar as crianças de modo coerente”, explica Pedro.

Ao agir deste modo, a família não colocará toda a culpa no colégio, mas demonstra que está disposta a buscar soluções. Em contrapartida, a instituição precisa mostrar que toma as atitudes necessárias para inibir esse tipo de comportamento e amparar quem passou por uma experiência desagradável.

O bullying é um tema muito sério e que deve ser tratado com todo cuidado por pais e colégios. As consequências desse comportamento podem ser graves, por isso todo cuidado é necessário para lidar com agressores e vítimas. A parceria entre família e instituição também é importante para detectar os casos e buscar soluções.

Gostou de aprender mais sobre este tema? Aproveite para compartilhar o artigo e ajudar mais pais a lidarem com esse assunto tão importante para o desenvolvimento dos filhos!

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