Educação contemporânea: vencendo os limites do ensino tradicional

A humanidade é movida pelo avanço. A convivência, o crescimento, o desenvolvimento, a possibilidade de igualdade e a condição de vida — tanto no aspecto econômico quanto no social — são fatores que instigam as pessoas a aumentar suas capacidades e encontrar alternativas para a harmonia. Isso também se reflete na educação, gerando os desafios da escola contemporânea.

Estamos acostumados a um processo de aprendizagem em que o estudante é passivo, mas a sociedade moderna exige repensar a estruturação tradicional, propondo novos mecanismos para fortalecer o elo entre professores, familiares e estudantes.

Disseminar a cultura da educação com o objetivo de instigar e estimular o gosto de aprender e transformar a maneira como a sociedade enxerga o processo educacional é um trabalho árduo, mas possível. A educação contemporânea leva em consideração os aspectos sociais, a fim de superar os desafios e aprimorar o aprendizado.

É possível fugir de uma visão exclusivamente conteudista e modelada para ser rígida. A educação contemporânea tem gerado pilares e perspectivas que superam o tradicionalismo para beneficiar toda a plenitude do ensino. Tem interesse em conhecer mais sobre esse tipo de educação? Continue a leitura deste post!

O que é educação contemporânea e qual é a diferença para a educação tradicional?

Para entender a importância da educação contemporânea, é preciso refletir. O modelo educacional não pode ser resumido a um conjunto de pessoas dentro de algumas paredes, pois esse cenário as destitui do pensamento crítico, gerando escolas com padrões de comportamento semelhantes às linhas de montagem de uma indústria.

O processo tradicional enxerga o desenvolvimento da aprendizagem de modo segmentado. As disciplinas são segregadas, como se fosse possível construir o conhecimento a partir de fragmentos de português, matemática, história, geografia, química, física etc.

Nesse contexto, perde-se a capacidade multidisciplinar. O estudante, dessa forma, não consegue desenvolver o interlaçamento dos conhecimentos sem associar as aplicações aprendidas, a fim de evoluí-las. Temos, portanto, uma educação seriada, segmentando ao máximo a linha do saber.

educação e a cidadania acabam sofrendo com essa visão segmentada. As estruturas física e curricular acabam limitando o desenvolvimento dos estudantes ao diminuir o interesse e não instigar o gosto pelo aprender. Perde-se a noção de conjunto, participação e relacionamento.

Todo esse processo, porém, é um reflexo do nosso desenvolvimento histórico. Nas décadas de 1970 e 1980, não se notava um questionamento profundo sobre a qualidade ou os caminhos que a educação estava tomando. Apenas a partir dos anos 1990 começou-se uma reflexão sobre o aprender a conhecer dos estudantes.

É possível dizermos que a educação hoje está em xeque. Para sanar essa complexidade, será necessário não apenas um especialista, mas um conjunto de pessoas e saberes. Deve-se apostar em um perfil mais questionador, refletindo sobre o que está sendo feito para projetar o que pode ser realizado.

Quais são as características da educação contemporânea?

A educação contemporânea é um enfrentamento. Sua missão é encarar esses desafios da sociedade conversando, descobrindo e desafiando, e não dando respostas prontas sem nenhum tipo de questionamento.

Ela propõe a compreensão do sistema educacional como um todo, avaliando os processos adotados dentro da instituição de ensino e oferecendo uma nova roupagem de habilidades e competências para os estudantes.

A intenção é possibilitar aos alunos um desenvolvimento orgânico e abrangente, deixando de limitá-los a segmentos ou fragmentos. Além disso, a educação contemporânea engloba todos os atores sociais — escolas, familiares e professores — no mesmo processo.

Ao unir essas três esferas, é possível ter um processo educativo mais rico e proveitoso para o estudante. Essa união também se apresenta entre as matérias que trazem uma proposta integrativa, na qual cada professor liga seu conteúdo a outras áreas de conhecimento além da sua.

Em uma aula de Matemática, por exemplo, o docente pode trabalhar o conhecimento de Geografia ao falar do número de pessoas presentes em seu município ou fazendo uma projeção relacionada ao índice: se ele vai crescer ou diminuir daqui a alguns anos e o quanto aumentou em 20 anos, de acordo com dados aprendidos em História, por exemplo. A ideia é integrar para ampliar o conhecimento.

Para o estudante, a parceria entre colégio e família é essencial. Por outro lado, com o passar do tempo, os pais deixaram a responsabilidade da educação exclusivamente para as escolas. Dessa forma, eles passaram a enxergar os professores como responsáveis pelas dificuldades de seus filhos, pouco cooperando para o processo educacional.

A educação contemporânea propõe que o cotidiano escolar seja vivenciado não apenas por professores e estudantes, mas também pelos familiares. A partir daí, a educação é enxergada como um processo cooperativo e de constante construção.

É possível aprendermos nos diferentes cenários nos quais convivemos: na rua, nas escolas, nos museus, em casa etc. A educação não acontece exclusivamente dentro das quatro paredes da instituição de ensino: ela é um processo abrangente e que precisa ser enxergado desse modo.

Quais são os pilares da educação contemporânea?

A escola fragmentada é também isolada. Dessa forma, fica difícil trazer para o ambiente escolar a interação com o mundo. Os estudantes perdem, nesse contexto, a capacidade de se enxergar como membros de um sistema humano maior, ficando em uma compreensão apenas de si.

Atualmente, muitos estudantes percebem a ida à escola como uma penalidade. Perde-se o prazer em conhecer novas questões, pois há pouca reflexão sobre o que é ensinado. O modelo tradicional é focado não na produção, mas no acúmulo do conhecimento. O padrão conteudista do processo de aprendizagem promove a repetição, e não o rompimento.

Sem a interação entre a escola e a cidade, valores como a cidadania e a ética ficam abstratos. Para superar esses desafios e proporcionar uma aprendizagem empática e abrangente, a educação contemporânea propõe alguns pilares.

Coragem

Começamos com o enfrentamento do dia a dia. O mundo contemporâneo exige muita coragem. Você tem que se lançar para um trabalho sem ter a certeza de que está integralmente preparado. É preciso encará-lo e acertar no percurso, tendo tenacidade para errar e não ficar cabisbaixo com qualquer deslize.

Este é um grande pilar da vida moderna: enfrentar o desafio, arriscar, ter iniciativa e atitude. Durante muito tempo as pessoas foram passivas, e agora queremos desenvolver crianças mais ativas.

A postura proativa, analítica e criteriosa é cada vez mais desejada pelas empresas. As provas de vestibular não buscam apenas jovens que decorem informações, mas que saibam interpretar e fornecer uma opinião sobre o assunto.

Para isso, é preciso incentivar a habilidade de correr riscos, pensar criticamente e opinar, sem medo de cometer erros, que são comuns no caminho. Logo, o conhecimento não deve ser engessado, mas algo que se constrói em aula, junto a cada estudante.

Contudo, a escola, por muito tempo, promoveu a omissão, ou seja, alunos que apenas recebem o conteúdo sem analisar e formar uma ideia própria. É preciso alterar a perspectiva, tornando os estudantes mais ativos para superar desafios e desenvolver seus interesses.

Testes

Nada é absoluto — tirando grandes princípios, é claro. No dia a dia, as coisas não são definitivas. Não existe lugar certo, roupa certa, linguagem certa: tudo cabe em uma experiência.

Temos um espaço em que existe mais criatividade e menos coisas prontas, o que não é simples para a educação. É mais fácil saber o que fazer, chegar à sala de aula com tudo pronto, com uma receita do ano todo que considere aquilo que precisa ser passado para os alunos.

A educação contemporânea exige dedicação e uma quebra desse paradigma. Ela pode ser construída no cotidiano e na prática, por isso os professores precisam estar dispostos a sair do cronograma estipulado para entender a necessidade momentânea dos alunos.

É preciso se preparar para receber as dúvidas e os questionamentos dos estudantes, a fim de proporcionar o debate — mesmo que essa discussão saia do plano inicial da aula.

Tecnologia

O eixo tecnológico é muito importante. Ele faz parte do mundo atual, em que as pessoas estão consumindo tecnologia, e entender tudo o que está acontecendo — inclusive no cenário profissional — é extremamente necessário. A escola também precisa estar atenta a esse viés.

Os aspectos centrais não são os recursos em si. A aplicação deles na educação é estratégica, a fim de que os educadores consigam aprender a utilizar dispositivos e ferramentas, pois além de influenciar, a tecnologia provoca mudanças.

O mais importante no uso tecnológico é ser capaz de estar com várias pessoas ao mesmo tempo, incluindo aquelas com quem o professor não conversaria se não houvesse essa conexão. Além disso, é possível bolar planos e formas de educar voltadas não apenas para uma pessoa, mas para milhares.

Esse é o poder de escalar o conhecimento e alcançar o máximo de pessoas possível. Rompe-se a estrutura física da escola, não deixando mais a instituição de ensino como um agente isolado do meio.

Como essa educação ajuda no desenvolvimento dos estudantes?

O modelo tradicional está acostumado a manter um processo de repetição. As disciplinas são formatadas em cronogramas que têm como objetivo fazer os estudantes memorizarem os conteúdos, sem necessariamente compreendê-los.

A educação contemporânea propõe uma alteração nesse cenário. O professor oferece uma realidade dentro da sala de aula, sem projetar no aluno a ideia de que o aprendizado só servirá (talvez) daí a 20 anos. A ideia, portanto, é que os estudantes já resolvam algum problema dentro da sala, trazendo ideias e soluções.

A proposta é fazer com que os estudantes ponham a mão na massa, colocando o conhecimento em prática e, acima de tudo, desenvolvendo a sua voz. Nesse contexto, não há mais parte passiva, e o que é dito pelos alunos também é relevante. Se eles pararem para pensar, terão críticas a fazer e também alternativas para sugerir.

Esse resultado é possível quando há o conjunto dos pilares descritos em um mundo que é ágil, cheio de desafios e que luta com quantidade e qualidade.

A escola tem essas questões de concepção e prática. Ela trabalha conceitualmente, mas também precisa exercitar o agir. Fazendo isso, ela ajuda os alunos a se desenvolver e a ter experiências positivas. Essa diversificação auxilia em tudo, dando mais autoconfiança e percepção de participação no mundo.

Qual é o papel dos atores sociais na educação contemporânea?

Geralmente os pais são altamente participativos no momento da educação infantil. Eles se envolvem nas atividades, atuam ao lado dos educadores, perguntam sobre o cotidiano escolar e buscam formas de participar, mas com o avançar da criança nas etapas de conhecimento, essa presença tende a diminuir.

No Ensino Fundamental, os familiares começam a enxergar a escola como a responsável por toda a educação da criança. É a instituição escolar, inclusive, que deve abordar temas delicados, como as drogas e os seus efeitos, a partir de uma perspectiva de saúde. Essa percepção familiar prejudica o aprofundamento do ensino.

A educação não é um processo isolado, que acontece exclusivamente nas dependências da escola. As ruas da cidade, a convivência com os amigos e a rotina do lar também são espaços que geram oportunidades para novas descobertas.

A educação contemporânea compreende que todos os agentes sociais têm papéis a serem desempenhados. É a conexão entre professores, familiares e estudantes — a qual chamamos de tripé da educação — que pode gerar um processo de ensino de ótima qualidade e diferenciado.

O objetivo é que haja sempre equilíbrio nesse tripé, mantendo uma relação saudável e constante na comunidade escolar. Para tanto, é possível utilizar recursos da tecnologia, por exemplo.

Papel das escolas

As escolas precisam proporcionar um espaço de máxima interação entre os desafios enfrentados no mundo real e as soluções propostas pelo conhecimento adquirido. Nesse sentido, é fundamental estar por dentro dos recursos tecnológicos e ofertá-los a professores e alunos.

Além disso, é preciso pensar fora da caixa e oferecer ambientes que fujam da organização tradicional, onde o professor é o único foco de conhecimento dentro da sala de aula. Para que isso aconteça, é possível criar salas alternativas, com carteiras distribuídas em formato de roda, hortas e jardins colaborativos, nos quais os alunos podem plantar e se envolver com os cultivos etc.

Assim, a instituição precisa promover a interação entre familiares, professores e alunos. Realizar eventos que contem com a participação de todos e utilizar recursos tecnológicos para fazer o monitoramento e o acompanhamento dos trabalhos desenvolvidos em sala de aula são boas alternativas para desenvolver esse ponto.

Por fim, no seu cronograma, a escola deve incluir conteúdos que vão além das propostas convencionais. A educação financeira, por exemplo, pode ser aplicada no dia a dia dos estudantes e prepará-los para ter um olhar atencioso no futuro.

Além de desenvolver conhecimentos técnicos — o que é primordial —, o estudante também deve ser visto como o indivíduo integral que é. Assim, aprender a lidar com sua inteligência emocional é necessário.

Esse pilar pode ser integrado à educação por meio de oficinas para oferecer mais calma e centramento, como aulas de yoga e meditação. Já para ter mais segurança e tranquilidade ao falar em público, algumas opções são aulas de teatro e práticas de oratória. Esses conhecimentos serão úteis para toda a vida.

Papel dos pais

Os estudantes conseguem ter melhor desempenho quando são acompanhados pelos familiares. Esse envolvimento faz com que os alunos se sintam valorizados, desenvolvendo a sua autoestima. Vale ressaltar que o convívio com os familiares é a primeira fonte de conhecimento e experiências da criança.

Para participar, a família pode acompanhar o desenvolvimento educacional dos filhos. Envolver-se nos exercícios propostos para a sala de aula e debater sobre os novos conhecimentos adquiridos na escola é muito importante.

Nesse contexto, os pais vivem um dilema parecido ao do professor: ambos estão em um mundo sobre o qual não têm domínio pleno — principalmente por causa das novas tecnologias e recursos. É comum sentir insegurança ao tentar entender o que é, verdadeiramente, melhor para a criança.

Alguns têm a ideia de que o saber tradicional é a melhor escolha, porque isso vai levar o estudante a uma universidade renomada, um bom emprego, uma vida tranquila etc. Outros acham que é melhor o jovem ser feliz e conseguir fazer tudo aquilo que os pais não puderam.

Para envolver os familiares, mesmo com sua perspectiva de mudança, a educação contemporânea propõe um trabalho parecido ao realizado pelos professores que preferem o método tradicional: trazer os pais para as atividades escolares, fazendo coisas em parceria com os filhos. Essa conversa, com honestidade, respeito e cuidado, pode fomentar o crescimento de ambos os lados.

É também por meio da interação com as famílias que a escola se relaciona com a sociedade, e isso é fundamental para compreender a diversidade cultural do nosso espaço.

Papel dos professores

Cabe aos educadores a reflexão sobre o que é aplicado no cotidiano. É preciso se questionar se os alunos estão conseguindo assimilar o conhecimento construído ou se é preciso criar formas para envolver os alunos no processo de aprendizagem.

Com o dinamismo do mundo atual, a capacidade de concentração dos estudantes é diferente da das antigas gerações. Competir pela atenção dos alunos com smartphones, computadores e jogos eletrônicos é uma tarefa difícil para os educadores.

Uma boa estratégia é adotar esses recursos no processo de aprendizagem. Trazer elementos gráficos e audiovisuais pode ser um artifício interessante na motivação e no envolvimento de todos na sala de aula.

Além disso, o próprio professor deve trabalhar seu ânimo para estar à frente de uma turma todas as semanas. Seu papel também é manter o foco na sua qualidade de vida e no bem-estar emocional, para realizar o melhor quando estiver em sala.

A educação contemporânea pede uma evolução constante. É necessário não se acomodar com um estágio de conhecimento, mesmo sendo elevado, e sempre buscar novos aprendizados.

Para ficar em dia, o professor deve investir em congressos, palestras e até em novas formações acadêmicas. Assim, ele vai estar sempre antenado nas novas tendências educacionais e ter uma didática cada vez mais eficaz.

Quais são os desafios relacionados à educação contemporânea?

O principal desafio da educação contemporânea para educadores e alunos é alcançar o sentimento de que eles estão participando do mundo, deixando um legado. Isso implica em superar o isolamento escolar, a fim de envolver a realidade com as habilidades e aptidões desenvolvidas dentro de sala de aula.

A intenção é desenvolver os estudantes para além de resultados, como entrar em uma faculdade, escolher a profissão, trabalhar e ganhar um salário. O desafio da educação contemporânea é a vontade de querer criar alguma coisa que deixe uma espécie de herança para a sociedade.

Há uma onda crescente de profissionais que buscam mais do que uma remuneração alta. As novas gerações procuram deixar sua marca onde vivem, trabalhando em uma função que seja significativa para elas.

Cada vez mais os jovens começam a empreender antes mesmo de ingressar em uma faculdade. São estudantes criativos, dinâmicos e inquietos, sempre com sede de fazer algo impactante e alinhado ao seu propósito de vida. Assim, o colégio tem como desafio atender a esse perfil também.

Já quando falamos de desafio operacional, de dia a dia, temos a organização da escola dentro de uma concepção moderna, de trabalhar com projetos que integrem e envolvam mais os alunos, com tecnologia e métodos que façam com que eles tenham prazer de estudar e aprender.

A educação tradicional segue uma concepção individualista. A preocupação é desenvolver os seres humanos como pessoas individualmente, por meio da repetição e da memorização dos conteúdos. Assim, é possível alcançar bons resultados em avaliações e vestibulares, o que também fortalece a ideia de competição.

A educação contemporânea vai do individual para o coletivo. Dessa forma, é possível desenvolver habilidades como a empatia, o respeito, a autonomia, a autoestima e a compreensão de diversos valores sociais.

Existem outras duas ideias que estão muito presentes e fazem parte do contemporâneo, superando o tradicional. A primeira é não poder deixar de lado a discussão e a reflexão sobre os espaços privado e público.

O conhecimento é infinito, mas a educação tradicional nos ensina a trabalhar com recorte. Para que o aluno consiga ter uma perspectiva da sua vida acadêmica, ele precisa estudar durante “x” anos. Essa teia de saberes não acaba, mas o aluno, após concluir uma etapa de conhecimento, cessa o seu aprendizado.

Outro desafio para a educação contemporânea está em tornar a escola interessante para os estudantes, em vez de simplesmente impor questões, como faz o modelo tradicional, tornando a vivência da aquisição de conhecimento sem sentido, por isso, maçante. É preciso desenvolver estratégias diferenciadas, capazes de auxiliar no desenvolvimento dos alunos e englobar todas as habilidades e aptidões a serem trabalhadas.

A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) prevê que essas estratégias inovadoras incluam instrumentos tecnológicos, para motivar os alunos e mantê-los empolgados com cada uma das etapas do aprendizado.

A educação contemporânea no Brasil: um ato político-social ou político-econômico?

A educação contemporânea precisa proporcionar aos estudantes o desenvolvimento de suas competências não apenas para entenderem a realidade em que estão vivendo, mas para intervirem nesses cenários. Essas competências socioemocionais são fundamentais para florescer toda a complexidade do ser humano.

Atualmente, discute-se a importância de construir uma escola com ambiente de respeito entre toda a comunidade. Antes mesmo de pensarmos no processo educacional, é preciso valorizar o convívio entre todas as pessoas da comunidade escolar.

A educação contemporânea busca a coragem para debater os assuntos que precisam ser debatidos. Pensar não é trazer respostas, mas levantar questionamentos entre crianças e adolescentes. Desse modo, é possível promover uma mudança social verdadeira. Os estudantes param de se enxergar como seres individualizados na sociedade e passam a se entender como parte dela.

A compreensão social, afinal, é uma perspectiva fundamental para o futuro das pessoas. Quando uma criança se compreende como pertencente a um grupo social, ela começa a enxergar soluções para superar as barreiras que podem impedir o seu próprio desenvolvimento e o de seus semelhantes.

Assim, formar bons funcionários para o mercado de trabalho não pode ser a preocupação central da escola. Ela deve pensar e refletir sobre a importância do raciocínio e da habilidade de criar alternativas para a superação dos desafios propostos pela vida real — também, mas não apenas no trabalho.

O conteúdo aplicado em sala de aula hoje pode estar defasado daqui a dez anos. Se estiver, todos que passaram por essa educação fragmentada ficarão atrasados em termos de capacidades perante os novos dilemas que surgirem. Por isso, é essencial oferecer questões — não respostas — que permitam estabelecer um diálogo para evoluir suas habilidades.

Como trabalhar os desafios da escola contemporânea?

Para vencer os limites do ensino tradicional é preciso pensar de uma maneira renovada. O que funcionou há alguns anos foi ótimo para a época, mas hoje a escola está diante de um novo perfil de aluno.

É importante trabalhar essa questão desafiadora. Para isso, alguns pontos-chave devem ser avaliados e melhorados a cada dia.

Oferecer uma escola mais atrativa

Além dos muros escolares, há diversos recursos convidando os alunos para a diversão. Dessa forma, a escola acaba ficando em segundo plano. A conversa com os amigos está na palma das mãos e, muitas vezes, atrai mais do que a aula, que é vista como uma obrigação.

Logo, é preciso fazer com que haja uma mudança de perspectiva sobre a escola. Assim, disponibilizar um ambiente mais criativo, dinâmico e interativo é uma forma de chamar o aluno para realizar múltiplas descobertas durante sua aprendizagem.

Gerar motivação para os estudantes

O novo perfil de aluno quer entender os porquês de cada ação. Já não é suficiente apenas decorar datas, nomes e regras. Esse estudante quer perguntar e ter respostas completas e intrigantes. Assim, ele pode descobrir mais sobre o tema abordado.

O professor deve estar preparado para sair cada vez mais da sua zona de conforto. É necessário estimular essa curiosidade nata e não deixar que ela se perca, priorizando o padrão antigo de “repetição” e “memorização”.

Desafiar o pensamento crítico dos alunos

Ao lidar com um estudante curioso, é necessário entender como ele pensa. Dessa forma, ainda que saia do planejamento de aula, o pensamento crítico e o questionamento devem ser incentivados.

Para alcançar essa nova geração, a escola deve assumir uma postura provocativa. Assim, não basta oferecer um conteúdo e esperar que esses alunos assimilem passivamente: eles querem questionar, entender e ver uma aplicação além da teoria.

Incluir novas tecnologias

Seguindo na mesma linha de oferecer uma escola mais atrativa, o avanço da tecnologia é um desafio que pode ser visto como oportunidade. Trazer esse recurso para o ambiente de ensino é uma estratégia para sair do lugar-comum.

Ainda que cada vez mais a escola esteja trabalhando nesse âmbito, os recursos tecnológicos devem ser vistos como realidade e prática cotidiana. Dessa forma, é importante fazer uma progressão contínua para incluir novas tecnologias em sala de aula.

Estimular a inteligência emocional

A escola educa o aluno para ser um adulto pronto para o mercado de trabalho e para a sociedade. Não basta apenas oferecer ferramentas teóricas para esse estudante: ele precisa cada vez mais assumir uma postura ativa, consciente e centrada.

Por isso, a inteligência emocional e o autoconhecimento devem ser estimulados em uma escola que pensa no futuro. Assim, o jovem profissional consegue passar pelas pressões do mercado de trabalho com calma, paciência, clareza e foco.

Analisando esses pontos para contornar os desafios da escola contemporânea, é possível perceber uma questão em comum: o aluno é visto como um ser integral, e não apenas como receptor de conteúdo. Com essa visão, constrói-se uma sala de aula renovada e pronta para enfrentar todos os pontos de melhoria da educação hoje.

Quais são as perspectivas da escola contemporânea?

Existem ciclos mais difíceis e há períodos melhores. Pensando no Brasil, especificamente, a expectativa é de transformação, apesar das contingências políticas e econômicas.

Outro panorama emergente é o de tecnologias mais baratas e acessíveis. Essa tendência pode nos trazer escolas mais bem preparadas e aparelhadas para os desafios propostos pela modernidade.

Os desafios da escola contemporânea envolvem superar os preceitos da educação tradicional apresentar uma nova compreensão para a aprendizagem. Essa discussão é necessária para conseguirmos gerar reflexão e adaptar os Projetos Político-Pedagógicos para realidades que atendam às novas demandas sociais.

O Certus é uma instituição que trabalha para ser asa, e não gaiola. Promovemos a autonomia, o protagonismo e o desenvolvimento integral das crianças e dos jovens estudantes. Se você gostou deste conteúdo, que tal assinar a nossa newsletter e ficar por dentro de outros posts como este?

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