Por Giovanna Rocha, para o Jornal Incertus
A COVID-19 se tornou o assunto do momento quando a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou, no dia 11 de março, pandemia para o coronavírus, o que gerou o sentimento de angústia, medo, incertezas e o aumento de transtornos psicológicos devido ao isolamento social.
Praticamente poucos meses ou semanas atrás, neste exato momento, os parques de diversão, os shoppings centers, os cinemas, teatros, shows e as universidades estavam lotados de jovens apenas curtindo o momento e seu lazer em ambientes que lhes agradam. Porém, hoje em dia todos estão ou deveriam estar em suas casas cumprindo os pedidos que os órgãos de saúde propuseram para a população, o que faz com que aqueles períodos de diversão, que só seriam realizados quando saíssemos de casa, não possam ser alcançados de forma simples.
A ansiedade no Brasil e no mundo é um assunto que atinge grande escala quando analisada de forma extensa, podendo gerar a depressão e as crises de pânico ou, como mais conhecidas, crises de ansiedade. Isso também ocorre quando todos passam juntos por uma crise e todos têm de ter o pé no chão para aprender a ter um autocontrole consideravelmente bom. Ou seja, é de extrema importância cuidar da mente neste período de saúde instável mundial.
O assunto da saúde mental está diretamente ligado com a ansiedade e a depressão, que são transtornos que tendem a se agravar na vida dos jovens, podendo se tornar algo crônico.
Com todo esse panorama e consciência da situação atual, é necessário iniciar atividades para controlar tais sentimentos e emoções que estão vindo à tona.
Para que isso se torne uma prática o mais rápido possível, realizamos entrevistas com duas de nossas inspirações na área da saúde mental, a psicóloga Paula Cintra, conhecida como Paulinha pelos corredores do colégio, e a arteterapeuta Ingrid Cristina, também professora de Língua Portuguesa e de Projetos no Certus.
Confira!
Como podemos cuidar da nossa saúde mental quando estamos expostos a uma pandemia como a atual?
Paulinha: Precisamos estar atentos aos nossos aspectos da saúde mental, lembrando-se sempre de todas as possíveis mudanças que podemos experienciar: mudanças físicas no nosso corpo, as mudanças de pensamento e as mudanças no nosso comportamento. LEMBRE–SE: VAI PASSAR.
Muitos estudantes relataram sobre crises de ansiedade mais frequentes. Como podemos cuidar disso?
Paulinha: A primeira coisa é ter em mente que não podemos controlar a pandemia do mundo, mas podemos controlar nossa relação com esta situação. Então, tente cumprir uma rotina, por mais difícil que pareça se organizar agora.
A alimentação pode influenciar no aumento da ansiedade?
Paulinha: MUITO. Enormemente. Comer bem é fundamental para estar bem! Balanceie suas refeições, verifique se seu prato tem ao menos três cores diferentes entre os alimentos e evite açúcar, o vilão da ansiedade.
Do que se trata a arteterapia e qual a sua importância neste período de quarentena?
Ingrid: A arteterapia ajuda a conhecer o seu próprio mundo interno por meio das imagens, isso significa que a arte é vista como um recurso expressivo do indivíduo. Essa arte pode ser através de uma colagem, uma pintura, um desenho, uma modelagem, dança, teatro, enfim, cada uma dessas linguagens vai atuar com um objetivo.
A quarentena acaba sendo uma grande oportunidade de olharmos para dentro, um momento de reflexão, de adaptação e de testar novas maneiras de fazer tudo aquilo que já estávamos acostumados.
É possível aplicar a arteterapia em casa, sem a presença de um arteterapeuta por perto?
Ingrid: A arte por si só já é terapêutica, então pôr em prática nossa imaginação e criatividade nesses dias pode ajudar com toda certeza!
Podemos realizar diversas atividades em casa para liberar nossa criatividade: pegando revistas velhas e fazendo uma colagem das imagens que mais te chamam atenção; um desenho; uma pintura espontânea; uma dança com movimentos livres que venham de dentro para fora. Escolha um tipo de recurso que lhe agrada e pratique-o de forma natural e espontânea!
Para aqueles que não possuem capacidades físicas para realizar atividade física, assistir a um filme e/ou maratonar uma série inspiradora seria uma boa indicação?
Ingrid: Com certeza. A arteterapia não tem contraindicação, pode ser praticada por qualquer pessoa de qualquer idade. Basta escolher um recurso e se deixar levar pelo material sem pensar no que está fazendo.
Após a entrevista, Ingrid e Paulinha nos deixaram algumas dicas. Aproveite e faça um bom uso delas!
- NÃO PARE DE FALAR COM AS PESSOAS. Isso é o mais importante;
- Não consuma mais informações do que o necessário;
- Em momentos de crises de ansiedade, fique longe das redes sociais e dos meios de comunicação que nos levam às notícias, utilize a Internet para assistir a filmes e vídeos que lhe agradam;
- Procure se exercitar;
- É uma boa oportunidade para aprender coisas novas, ler um livro, cozinhar algo diferente. Explorar nossos interesses traz recursos saudáveis para nossa saúde mental! MANTENHA-SE ATIVO!
- Para aqueles que não possuem materiais de papelaria, pode-se utilizar o corpo, que é um recurso pouco conhecido e explorado. É possível fazer atividades que proponham movimentos corporais, dramatização, o toque às texturas, ou ainda podemos utilizar a música e mostrar aquele remelexo que está dentro de nós!
- Para os estudantes que se sentem inseguros em relação ao ensino a distância (EAD), monte grupos de estudo on-line com seus colegas, façam as atividades juntos. Isso pode contribuir grandemente para o sentimento de segurança, que é tão importante e estamos buscando agora.
Atividade proposta pela arteterapeuta Ingrid:
Una papéis sulfite até que fiquem de um tamanho de seu agrado. Em grupo, sentem-se em roda e ao som de uma música leve. Cada um vai iniciar sua pintura de forma livre pelo papel. Após 1 minuto todos trocam de lugar para que possam interferir na pintura do outro e vão trocando a cada minuto que passar, até que o papel esteja bem preenchido. No fim haverá uma linda produção em conjunto. Conversem a respeito do processo, é importante!
Para mais informações do processo de arteterapia realizado pela professora, acesse no Instagram: @ingrid_arteterapeuta.