Por Eduarda Bressan, para o Jornal Incertus
“Quando tudo acabar vamos voltar ao normal”, ouvi dizerem, mas tudo que queria escutar era: “Quando tudo acabar, voltaremos menos egoístas e mais humanos”.
Por que o comodismo sempre fala mais alto? Essa loucura já não foi suficiente pra acabar com isso?
Não, não temos que voltar iguais, mas melhores, com os olhos mais abertos, as mãos mais juntas do que nunca as cabeças erguidas. Voltaremos como colunas pra sustentar aqueles que estão quase caindo e não aguentam mais o próprio peso e voltaremos com mãos erguidas para quem já caiu e precisa de ajuda pra levantar. Voltaremos dando amor quando estivermos de cara a cara com o ódio. Esta corrente de ódio só se quebra com a apresentação do amor.
Sonho com um mundo sem guerras, sem desespero, sem mentiras, sem mortes, sem enganações, sem epidemias malucas. Um dia de sofrimento fortalecendo um dia de vitória, é o que espero. Aprender com as quedas e dores, nos fortalecer a cada dificuldade pra nos levantarmos mais fortes. E, quando voltarmos, voltaremos sem comodismo nos prendendo numa bolha.
Eu espero que possamos voltar ao normal, mas só quando esse “normal” for o nosso “melhor”. Que nós nos façamos melhores, façamos nosso ambiente de vivência melhor, sem esperar que alguém faça por nós. Temos que parar de esperar algo de alguém. “Quando ele fizer eu faço também.” Não! Façamos primeiro, façamos melhor, sejamos revolucionários.
Num mundo de padrões existem os que se encaixam neles e os que são revolucionários. Esses são os que se destacam, que decidem estourar a própria bolha e quebrar as quatro paredes que limitam a si próprios. Vamos fazer bolhas estourarem e paredes desmoronarem!
Parece clichê, mas é o contrário. Segundo o dicionário on-line de Português, “clichê” é definido como: “Frase repetitiva e sem originalidade; expressão que peca pela repetição, pelo lugar-comum; banalidade repetida com frequência.” As peças se encaixam sozinhas, não é? Então vamos chamar de clichê os padrões, as pessoas que não saem da sua bolha, porque nós somos os revolucionários, aqueles que quebraram qualquer definição de medo.