Estudantes dos 1ºs e 2ºs anos do Ensino Médio participantes do Projeto de Vida produzem ações para debater a força de trabalho das mulheres ao longo do tempo.
A iniciativa partiu da proposta das professoras Juliana Celestino e Ingrid Cristina em articular junto aos alunos integrantes do projeto uma análise e reflexão sobre a figura feminina na história.
O objetivo do trabalho também buscava incentivar e valorizar a atuação das mulheres brasileiras no mercado de trabalho, a fim de alcançar a igualdade de gênero e empoderar meninas e mulheres, e ainda, o reconhecimento da turma da importância da pauta.
Para o desenvolvimento de ações, as turmas definiram como mote direcionador a ideia de profissões em que não há pouca presença de mulheres na área do STEAM (Science, Technology, Engineer, Art and Math), que engloba as áreas de ciência, tecnologia, engenharia, artes e matemática.
“Conversamos um pouco sobre isso e mostramos alguns dados da Fundação Oswaldo Cruz, na qual mostra a baixa participação das mulheres no mercado de trabalho”,
explica a professora Juliana Brito.
Segundo o estudo da Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ), a taxa de participação das mulheres na força de trabalho de pessoas com 15 anos ou mais é de 54,5% comparado ao dos homens que é de 73,7%, demonstrando uma desigualdade de gênero dentro do mercado de trabalho brasileiro.
Meninas muitas vezes são desencorajadas sutilmente ou explicitamente a se interessarem por disciplinas consideradas “masculinas” como matemática, ciências e engenharia. Além disso, a falta de modelos femininos visíveis e de referências nas áreas do STEAM pode diminuir a autoconfiança das meninas e influenciar suas escolhas de carreira.
Quais fatores corroboram com essa estatística?
Após o conhecimento das informações, os estudantes iniciaram as pesquisas. Alguns aproveitaram a oportunidade para fazer um levantamento de dados sobre a participação das mulheres/meninas nas instituições onde fazem cursos técnicos, profissionalizantes ou livres, como no Instituto Social Nossa Senhora de Fátima, da região do extremo sul paulistano, ETECs e Senac.
Dentre as questões levantadas pelos estudantes, foi analisado:
Quais são os cursos oferecidos e quantas mulheres há em sala de aula? Qual o motivo da escolha?
Contextualizados com a apresentação das professoras e diante dos levantamentos das pesquisas realizadas, os estudantes tiveram como desafio desenvolver algumas ações pré-definidas. Dentre as ações propostas a turma precisava promover um evento ou oficina para as meninas do Colégio Certus sobre dicas e notícias empoderadoras no Dia Internacional da Mulher.
Outra ação proposta, escolher uma profissional feminina de qualquer área do STEAM e preparar uma apresentação contendo informações sobre a vida, conquistas e o impacto do trabalho. Somado a estas ações, a turma foi desafiada a criar conteúdo em formato de post de mídias sociais para a possível publicação no dia das mulheres.
Um grupo de estudantes fez a produção de um vídeo no Estúdio Certus para mostrar o diálogo entre diferentes mulheres ao longo do tempo. Intitulado “Tecendo o Tempo”, o vídeo coloca em cena diferentes mulheres dialogando sobre a situação da baixa participação das mulheres no mercado de trabalho e as dificuldades da rotina e reconhecimento profissional.
Como não poderia faltar, as turmas fizeram apresentações no Auditório Santos Dumont para estudantes do Ensino Fundamental dos 4ºs, 5ºs e 7ºs anos. Dinâmicas, brincadeiras e atuações com representações de mulheres de referência em diversas áreas profissionais endossaram as apresentações encerranado as iniciativas do projeto.
A data de 8 de março de 2024 estará na memória de meninas, jovens, mas também de todos os estudantes sobre o desafio persistente das desigualdades de gênero enraizadas em nossa sociedade. Por outro lado, conscientiza os estudantes da necessidade da quebra de estereótipos de gênero desde tenra idade.
