Uso da tecnologia na infância: como saber quais os limites?

Um fato consumado: nossos filhos já nascem conectados. Com preços mais acessíveis, a internet banda larga se popularizou e permitiu que mais e mais pessoas usufruíssem das inovações tecnológicas. Hoje, ela é parte da rotina dos mais jovens.

A cada dia, diferentes equipamentos eletrônicos, aplicativos com as mais variadas utilidades e tantas outras novidades surgem. Empresas da área já perceberam que o nicho infantil pode ser muito lucrativo. Por isso, muitos lançamentos são voltados exclusivamente para os pequenos.

A tecnologia na infância é uma realidade. Mas como definir limites para que a exposição à tecnologia não seja prejudicial às crianças? Continue a leitura que vamos responder a essa pergunta!

Panorama da tecnologia entre crianças e adolescentes

A Sociedade Brasileira de Pediatria produziu um manual de orientação sobre o assunto. O guia traz informações importantes e é rígido quanto à utilização de celulares, computadores e outros equipamentos eletrônicos nos primeiros anos de vida.

De acordo com a publicação, entre crianças e adolescentes dos 9 aos 17 anos, 80% são usuários de internet e 66% acessam a rede mais de uma vez ao dia. Isso pode ter reflexos como transtorno de sono, sedentarismo e aumento de ansiedade, por exemplo.

Além dessas enfermidades, o estudo chama a atenção para o risco do uso precoce de redes sociais, para o uso excessivo de jogos online e vídeos da internet, para o contato prematuro com discurso de ódio e violência e para o cyberbulling.

Mas não veja a tecnologia como uma inimiga. Com os cuidados necessários, ela será uma ferramenta útil que propiciará mais conhecimento e contribuirá para o desenvolvimento das crianças, basta saber como utilizá-la!

Principais cuidados com a tecnologia na infância

Limitar a exposição à tecnologia é essencial para o crescimento saudável. A capacidade cerebral-cognitiva das crianças é proporcional à idade; por isso, expô-las desde pequenas aos diferentes tipos de mídia por um tempo prolongado prejudicará esse desenvolvimento.

Crianças até os cinco anos devem ter uma hora diária de utilização de aparelhos eletrônicos. Evite colocar um computador ou uma televisão no quarto de crianças menores de dez anos. Além de dificultar o monitoramento, isso será um convite para trocar atividades lúdicas da infância pela tecnologia.

Converse abertamente com os seus filhos e deixe claro todos os perigos existentes. Explique os riscos com segurança e privacidade e aplique filtros de bloqueio nos navegadores. O controle parental é uma ferramenta imprescindível para evitar conteúdos inapropriados.

Mas lembre-se: o objetivo não é demonizar a internet. Não adianta privar totalmente a criança dessa ferramenta. Eles são uma geração que crescerá conectada, e quanto antes entenderem como utilizar esse instrumento de forma saudável, melhor será!

Atividades que promovem o detox tecnológico

É fundamental para a criança passar um tempo agradável offline para entender que a infância deve ser aproveitada também fora de casa. Mesmo com a rotina atribulada, arrume um tempo nos finais de semana para levá-la a passeios e para conviver com os amigos e com a família.

Ensinar brincadeiras da sua infância também é uma boa pedida. Brinque com seu filho de “lenço atrás”, “passa anel”, “mãe da rua colorida” e tantas outras brincadeiras que fizeram parte do seu crescimento. Além de propiciar divertimento desconectado e de passarem um tempo juntos, isso trará memórias afetivas que farão muito bem a você.

O colégio é outro aliado importante nesse processo. Educadores que promovam o contato com cultura, com a leitura de livros, com peças de teatro e apreciação de música e ensinem brincadeira estimulantes e sem tecnologia farão com que as crianças tomem gosto por essas atividades.

Por fim, mas não menos importante, dê o exemplo. Você não pode cobrar do seu filho esse comportamento se não sai do celular enquanto está em casa. A criança aprende não só com o que você fala, mas também com os seus atos.

A tecnologia na infância não precisa ser um bicho de sete cabeças. Estabelecendo limites e acompanhando a vida virtual do seu filho, ele poderá usufruir de todas as possibilidades que a tecnologia oferece sem correr riscos.

O livro Tecnologia na Infância. Criando hábitos saudáveis para crianças em um mundo digital, da psiquiatra de Harvard Dra. Shimi Kang aborda um método criado pela especialista de 6 semanas da “Tecnologia na Infância” para ajudar a criança a evitar as armadilhas do mundo digital. Serve como um guia para mães, pais e responsáveis direcionado ao desenvolvimento saudável da mente e do corpo, que pode agregar em benefícios para a vida toda.

Tem alguma dica para compartilhar conosco sobre esse assunto? Deixe aqui seu comentário e vamos conversar!

Os efeitos da tecnologia na infância
e na adolescência não se limitam
apenas a “bons” ou “ruins”
– a realidade apresenta mais nuances.

Dra. Shimi Kang


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