Participação dos pais na escola: qual o impacto no desenvolvimento escolar dos filhos?

Matricular o filho em um colégio de referência e proporcionar as devidas condições para que ele estude não é o suficiente para garantir boas notas e, claro, um futuro bem-sucedido. Tão importante quanto os aspectos materiais, é fundamental a participação dos pais na escola.

De acordo com estudo realizado pelo movimento da sociedade civil Todos Pela Educação, pais mais presentes e engajados contribuem com o melhor rendimento dos filhos na escola. Pequenos gestos, como inserir a vida escolar nas conversas do cotidiano, convidar os amigos do filho para estudar em casa e valorizar o conhecimento já influenciam positivamente o desempenho, aumentando o potencial acadêmico dos alunos.

Contudo, esse cenário está longe de ser o vivenciado por todos os estudantes brasileiros. Com a correria do dia a dia e as inúmeras obrigações, é comum os pais se ausentarem dessa obrigação, afetando assim o desenvolvimento da criança e adolescente.

Para entender mais sobre o assunto, confira o nosso material especial, que aborda desde a importância do relacionamento entre escola e família até possíveis motivos que levam os pais a não se envolverem no universo acadêmico. Boa leitura!

1. Como tem sido a participação dos pais na vida escolar dos filhos?

No início do ano, quando ainda tudo é novidade, é comum que os pais frequentem mais a instituição acadêmica e participem das reuniões agendadas pelo colégio, sobretudo quando se trata do fundamental I. Afinal, eles querem conhecer a sala, a professora e ter acesso aos comunicados gerais.

No decorrer do ano, essa participação diminui consideravelmente. O fluxo volta a aumentar no final do ano. O motivo? Os pais querem saber os resultados finais, além do mais esse é o momento de realizar um balanço de tudo que ocorreu no ano letivo, não é mesmo?

O cenário fica mais complicado quando se trata do fundamental II e do Ensino Médio. Como os estudantes já têm autonomia, os pais acreditam que os filhos podem solucionar os seus próprios problemas e até mesmo transmitir com exatidão os recados fornecidos pelos docentes e pela direção do colégio.

De forma geral, os pais nem sempre percebem o quão importante é conhecer a vivência do filho na escola. Eles não tem paciência e nem tempo para ouvir as informações apresentadas na escola no decorrer do ano letivo.

Importante frisar, nesse contexto, que não só a participação dos pais é essencial, mas também a forma como eles encaram os filhos, uma vez que as expectativas dos pais influenciam as expectativas dos filhos. Não entendeu? É simples. Se os pais não acreditam no potencial das crianças e adolescentes, é bem provável que eles também não esperem nada de si mesmo.

Esse ciclo faz com que os alunos não se empenham de verdade — e como se sabe — por mais que a escola, a infraestrutura e a participação dos pais interfiram na produtividade das crianças, eles próprios também são protagonistas da sua formação acadêmica.

2. Porque o envolvimento com a escola precisa ser maior?

Sabia que a participação efetiva dos pais na vida acadêmica dos filhos reduz, inclusive, as chances das crianças abandonarem os estudos? Além do mais, ao visitar com mais frequência a escola, os pais conseguem entender as limitações do filho, percebendo, por exemplo, se ele tem alguma dificuldade de aprendizagem ou outro transtorno do gênero. A partir de então, fica mais fácil ajudá-lo a superar os obstáculos escolares, tornando-o mais confiante e seguro.

Vale ressaltar também que o envolvimento escolar permite uma maior interação entre pais, filhos e docentes. Afinal, em mundo marcado pela pressa constante e a falta de relacionamentos profundos, nada melhor do que um tempo próprio e exclusivo para fortalecer os elos familiares e conhecer melhor quem você tanto ama.

Diante de tantos benefícios, fica evidente o motivo pelo qual os pais devem se fazer presente na instituição. Portanto, não deixe que fatores externos prejudicam esse precioso momento — até porque não existe nada mais importante do que a educação e desenvolvimento dos seus filhos, não é mesmo?

Por mais que o tempo esteja escasso, o trabalho acumulado e o trânsito insuportável, vale a pena fazer um esforço para participar dessa fase. Agora, caso você perceba que é impossível comparecer em uma reunião marcada pelo colégio, pense na possibilidade de solicitar uma nova data para a escola, deixando claro que você faz questão de comparecer ao encontro. Não faça parte da lista de pais que não colocam a escola como prioridade.

3. Quais os maiores prejuízos à educação e à vida dos filhos com a ausência dos pais?

Não é novidade que os alunos ficam extremamente chateados quando elaboram algo especial para as reuniões escolares e os pais simplesmente não aparecem. Mas não é apenas a decepção que surge com a negligência dos responsáveis. O desinteresse dos pais geram marcas muito mais profundas.

Crianças ignoradas pelos pais — tanto na esfera social, quanto acadêmica —, podem sofrer transtornos psicológicos na vida adulta. Inclusive, a falta de uma figura paterna afeta a saúde dos filhos. De acordo com uma pesquisa idealizada pela australiana Melissa Wake, que entrevistou quase 5 mil crianças, o sobrepeso e a obesidade das crianças na fase pré-escolar está vinculada diretamente a negligência dos pais.

Pensa que é só? A falta do devido contato com os pais geram problemas de baixa autoestima, fazendo com que a criança tenha dificuldade de acreditar em si mesmo. Além do mais, tal cenário contribui para o surgimento da desconfiança, afetando até mesmo os relacionamentos interpessoais.

Outro reflexo bastante comum da falta de participação dos pais é a agressividade. Para chamar a atenção deles, as crianças se tornam rebeldes e têm diversos problemas de comportamento. Elas, por exemplo, agridem fisicamente e verbalmente os colegas e em casos extremos os professores. Comportam-se mal na escola e não seguem regra — tudo para despertar o interesse dos pais.

Nesse mesmo contexto, a depressão também é um quadro que pode surgir. Isso sem falar na possibilidade das crianças se tornarem adolescentes e adultos extremamente dependentes, que acreditam que precisam de alguém para preencher um vazio interior. Com medo de serem rejeitos e abandonados, sujeitam-se aos piores sacrifícios.

Nem precisa dizer que esses cenários, que influenciam negativamente a vida do adulto, comece lá na infância, desde o maternal / jardim. E, como apresentado, a raiz do problema é o desinteresse dos pais — não só na área acadêmica, mas como um todo. Os filhos, nesse sentido, não têm nenhuma motivação para estudar e muito menos veem propósito em se portar bem e tirar notas satisfatórias. É como se eles fossem à escola apenas por obrigação.

Então, comece a trabalhar a ideia de que os filhos não estão sozinhos apenas quando não tem ninguém em casa ou perto. O conceito de sozinho, nesse caso, é mais amplo. É quando os pais, mesmo presentes, estão com a cabeça em outro lugar e são negligentes. É preferir que a criança vá assistir uma televisão ou brincar no tablet em vez de passar um tempo de qualidade com ela.

4. Como os pais podem mudar para melhorar esse quadro?

Para tornar-se mais participativo, é preciso fazer algumas concessões diárias, além de colocar em prática algumas ações, que possibilitam mais engajamento na vida dos filhos mais novos aos mais crescidos. Quer saber que ações são essas? Veja a seguir e surpreenda-se com os resultados!

Estabeleça horários

Acordar, escovar os dentes, lanchar, tomar café e ir para a escola. Depois da aula, é preciso realizar as lições de casa, tirar um tempinho para se divertir e depois tomar banho e dormir. Os pais costumam estabelecer uma rotina bem clara e rígida para os filhos, certo? Todas as atividades e afazeres são anotados na ponta do lápis.

Contudo, a realidade muda quando o assunto é a própria agenda. Na verdade, os pais sequer elaboram um cronograma diário o semanal, fator que gera sobrecarga de tarefas e extremo cansaço. Por isso, é importante que você também se programe, certificando-se de deixar um tempo livre para os filhos e também para a escola. Organização é a palavra-chave.

Invista no diálogo

A família tem papel decisivo na transmissão de valores para os pequenos. Isso só é possível por meio de um diálogo saudável e constante. Assim, os pais devem adotar o hábito de conversar com os filhos independentemente da idade que eles tenham. Importante ressaltar que até mesmo os assuntos tabus devem ser mencionados, afinal, é melhor que as crianças e adolescentes saibam de um assunto por fontes confiáveis do que por meio de estranhos.

Ainda na questão da comunicação, saiba escutar o seu filho. Compreenda quais os seus anseios, medos e objetivos. Seja paciente e escute com atenção as considerações dele. Depois, explane os seus pontos de vista, de forma amigável e cordial — sempre dando abertura para que a criança faça os questionamentos que julgar necessários. Não se esqueça que os pais têm mais uma função de orientador / auxiliador do que de juiz, acusador ou carrasco.

E, por fim, tão importante quanto ter um diálogo efetivo em casa é adotar essa estratégia com a escola, incluindo diretores, equipe pedagógica e psicólogos. Afinal, todos estão trabalhando em prol de um objetivo comum: a formação de um adulto consciente e responsável.

Seja o exemplo

Se você quer que o seu filho seja carinhoso, cordial e generoso, nada mais sábio do que ter a mesma postura, certo? A mesma premissa vale para o âmbito acadêmico. Os pais devem estimular o aprendizado, sendo eles próprios fontes de inspiração para as crianças e jovens. O motivo? Os filhos, muitas vezes, são o reflexo das pessoas que o rodeiam.

Aqui, é muito importante ser sincero e não ter uma postura que passe uma mensagem como “faça o que eu digo e não o que eu faço”. Ela não surte efeito nas crianças, uma vez que eles normalmente repetem o comportamento alheio. Nesse sentido, adote hábitos saudáveis. Quer um exemplo? Que tal começar a ler com mais frequência? Ao ver a casa recheada de livros, é questão de tempo que os pequenos comecem a interagir com alguns exemplares.

Sabemos que as mudanças não vão acontecer da noite para o dia. Contudo, com disciplina e o devido estímulo dos pais, o processo se torna mais fácil. Vale a pena também tirar alguns minutos do dia para contar histórias e deixar que a criança se envolva com a história.

Aproveite o tempo juntos

Imagine a seguinte situação: com todos os compromissos, restam poucas as horas para curtir o seu filho no decorrer da semana. Para piorar, você não desgruda do celular e nem da TV. Perceba, nesse contexto, que o momento entre pai e filho está longe de ser bem aproveitado. O indicado é tirar pelo menos uma hora do dia para dedicar-se exclusivamente aos pequenos. Deixe os aparelhos eletrônicos de lado e desligue a mente dos problemas e pressões do cotidiano, proporcionado atenção para eles.

Vale ressaltar que pequenos instantes bem aproveitados é melhor do que um dia inteiro juntos, mas sem a devida atenção. Em outras palavras: esteja presente de corpo, alma e coração, combinado? Assim, o seu filho se sentirá amado e valorizado, características que contribuem com o desenvolvimento.

5. De que forma a escola pode ajudar os pais nesse processo?

Um dos principais erros dos pais é acreditar que a rotina domiciliar é independente da rotina escolar. Alguns pensam, inclusive, que apenas o segundo é responsável pelo sucesso da aprendizagem — ledo engano. A formação de um ser humano consciente e sábio é o resultado da interação entre família e escola. Afinal, ambos influenciam no modo de pensar e agir da criança.

Por isso, é importante criar métodos que fortalecem esse vínculo — tanto é que um levantamento feito pela Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE) informou que os laços entre colégios e familiares devem ser priorizando nas políticas adotadas para melhorar o ambiente de aprendizado.

Nesse sentido, as escolas devem abrir as portas para os pais, convidando-os a frequentar o local. Para ter sucesso nessa missão, saia da zona de conforto e aposte em ideias inovadores, que sejam capazes de despertar o interesse dos pais, até porque o acompanhamento da vida escolar dos filhos deve surgir por vontade própria.

Quer um exemplo? Na França, existe um projeto chamado Caixa de Ferramentas, que consiste no envio de um DVD com informações sobre o ano letivo, além de um convite para participar das reuniões. Eles recebem ainda dicas de saúde para os filhos.

No mais, é importante que os pais procure os coordenadores e professores. Pergunte como você pode contribuir com a formação dos seus filhos. Vale a pena também realizar encontros com outros pais para compartilhar informações. Afinal, você vivenciam momentos semelhantes.

Da mesma forma, cabe ao colégio propor eventos de socialização entre pais, professores e alunos. Importante ressaltar que ações que visam melhorar o relacionamento entre os diversos núcleos devem fazer parte do calendário acadêmico.

Um colégio que consegue incluir a comunidade, sem deixar de lado a sua característica essencialmente formativa, facilita a participação efetiva dos pais no processo educativo, além de promover a capacitação e o compartilhamento de experiências educativas.

As instituições escolares entendem que em um mundo marcado pela complexidade e pela loucura do tempo, é difícil acompanhar na íntegra a vida dos pequenos e também dos adolescentes. Mas acredite: ao atuar com mais frequência na rotina deles, você e, principalmente seus filhos, terão um retorno gratificante.

Cabe a escola, nesse contexto, ajudar os pais a se engajarem na educação dos filhos. De que forma? Existem casos de pais que realmente querem participar mais da rotina escolar, mas não sabe como. O colégio pode, então, mostrar exatamente o que se espera dos pais. Apresente, por exemplo, qual o tempo ideal para dedicar-se aos afazeres escolares.

O recomendado, aqui, é que a instituição elabore diretrizes objetivas e claras, que facilita o processo de engajamento dos pais. Assim, eles saberão como se portar para contribuir com o crescimento pessoal e acadêmico dos pequenos.

Além do mais, é comum que as crianças e jovens queiram resolver na escola questões que aconteceram nas redes sociais ou no ambiente externo e nem sempre eles têm a maturidade necessária para lidar com o assunto. É importante, então, que o colégio tenha um diálogo frequente com o núcleo familiar para que solucionem juntos essas pendências.

Por isso, antes de escolher a escola dos filhos, é preciso verificar as particularidades e característica da instituição. Analise desde questões externas, como condições dos espaços físicos até aspectos relacionados ao próprio ensino como proposta pedagógica, material didático, corpo docente e afins.

6. Como o Certus Colégio atua para promover essa interação?

Como forma de mudança, o Certus Colégio, por exemplo, levou a vivência da sala de aula para a reunião dos pais. Durante o encontro, é abordado a fase que o aluno está, além de apontar a importância de jogar, desafiar e criar regras, além de abordar a questão da alfabetização em geral. Somente depois desse momento, é feito um atendimento individualizado.

A meta é levar para os pais tudo que acontece dentro do universo da escola, uma vez que as informações nem sempre chegam até eles. A instituição, nesse sentido, quer que os pais analisam não só os resultados, mas a trajetória percorrida para chegar naquela equação. Para isso, é preciso mudar toda uma cultura, que baseava-se apenas nas notas. É necessário expandir os horizontes e ampliar a visão dos pais, promovendo uma interação de respeito e confiança mútua.

Por isso, adotamos a estratégia de trabalhar com habilidades e competências de cada estudante, não focando precisamente na nota ou média, o que gerou um forte impacto na reunião. O colégio incentiva a visita dos pais constantemente e não só no final do ano. As reuniões, nesse contexto, ocorrem de forma fundamentada, sem questionamentos vazios, pois os pais sabem o que está acontecendo.

Outra ação do Colégio Certus que visa estreitar os laços, criando uma atmosfera positiva, é aproveitar a reunião de pais para realizar palestras e também feiras de troca de uniformes. O objetivo é conseguir trazer os pais para dentro do universo escolar. Afinal, o colégio e a família deve manter uma parceria consistente, em prol do desenvolvimento dos alunos.

Lembre-se de que a escola não consegue resultados satisfatórios sem a colaboração dos pais e vice-versa. Por isso, é preciso reforçar o vínculo entre esses dois núcleos. Além do mais, em casos extraordinários e graves, como agressividade em excesso ou comportamento inadequado dos estudantes, os pais são convocados, a qualquer momento, para ficar a par do problema. A partir de então, o contato com eles se torna mais regular.

A nossa dica, aqui, é que os pais procurem a escola, pois ela está muito aberta. Se os responsáveis não podem comparecer durante a semana, marque um horário com o professor para alinhar a comunicação. Fato é que os pais devem estar presente, nem que seja nos eventos ou festas de confraternização. Além do mais, é recomendado utilizar a tecnologia a seu favor, como e-mail, telefone e aplicativo. O pai pode solicitar relatórios onlines, por exemplo.

Vale frisar que o nosso colégio possui um horário bem flexível de atendimento, que varia de acordo com as necessidades dos pais, o que já é um facilitador e tanto. Independente de qualquer circunstância, os pais precisam acompanhar a vida escolar do filho, compreendendo assim o universo que ele está inserido.

A dica aqui é entender que tão importante quanto a preocupação com as matérias, é conhecer o meio social, meio psicológico e o meio físico com o qual o filho se se relaciona e coloca em prática o que foi aprendido. Perceba, nesse sentido, que a escola é um ambiente de transcendência.

E não é só os pais que precisam se adaptar e encarar o mundo escolar com outros olhos. As escolas também devem fazer o mesmo exercício. Não à toa, o ensino no Brasil têm, cada vez mais, fugido dos moldes tradicionais, adotando o princípio da educação contemporânea. Ao invés de fornecer respostas prontas, ela estimula o questionamento e propõe a compreensão do sistema educacional como um todo. Essa proposta visa um desenvolvimento orgânico e abrangente dos alunos por meio da interação entre escola, família e professores.

Fato é que não existe uma fórmula mágica para promover a participação dos pais na escola. O processo é gradual e consiste, principalmente, na criação da consciência — tanto no núcleo familiar quanto acadêmico — que o engajamento deles é essencial para a consolidação do conhecimento e desenvolvimento do aluno. Nesse sentido, é importante trabalhar também a empatia na educação. Afinal, nada melhor do que se colocar no lugar do outro para entender melhor o que cada um sente.

Gostou do conteúdo e quer conhecer melhor a proposta do Colégio Certus? Então, entre em contato conosco. Será uma satisfação apresentar a instituição e esclarecer suas dúvidas.

 

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